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Na aurora da Fake News, The Post é um frescor

É claro que não devemos acreditar em tudo que lemos, é justamente esse radar que prioritariamente nos afasta das famigeradas Fake News, mas óbvio é que as mídias jornalísticas estão perdendo a credibilidade, desde o bordão "isso a globo não mostra" proferido nas aulas de geografia até as perseguições sistemáticas a mídia, essa perda de credibilidade resulta em conspiracionistas malucos falando de terraplanismo em 2018 e desacreditando o aquecimento global, quando o presidente dos Estados Unidos chama a CNN de "Fake News" o problema se mostra alarmante, e quando blogs criados unicamente para lucrar com anúncios como O Antagonista se tornam referência em algum assunto, a situação se mostra alarmante. 



Essa máquina de gerar “notícia”, onde o conteúdo fica espremido entre dezenas de banners, vem ganhando a preferência do público (que prefere ler aquilo que quer, não o que é necessário). No meio dessa guerra, qual o papel da imprensa? Pra que serve um jornalista? The Post, nova obra prima de Spielberg nos reforça a memória.


Ben Bradlee (Tom Hanks) e Kat Graham (Meryl Streep), editor e dona do The Washington Post, recebem um enorme estudo de 14 mil páginas sobre o controverso papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, provando que a guerra foi construída em cima de mentiras e milhares de americanos morreram por nada, e agora, com o próprio governo dos EUA tentando censurar a imprensa, enfrentam de tudo para publicar os bombásticos documento.

Se o jornal é o rascunho para a história, aquelas letras pretas no branco saindo da gráfica nos fizeram entender o passado, ainda bem que são contadas por profissionais que, como em outro belo filme sobre jornalismo "Spotlight", entregam seu suor e sangue pela verdade, reafirmando o papel da imprensa na sociedade. The Post ainda tem fôlego para lançar outra pergunta: como serão as próximas páginas de nossa história? Contadas por blocos de texto entre banners? O filme acaba com um viés esperançoso, mas a própria ideia de bom jornalismo como algo nostálgico já é preocupante.

Todos nós somos afetados por essa guerra midiática entre o bom e velho jornalismo e a preferência pelo fake, ideias reconfortantes, afinal, eu quero ler algo que reafirme minha opinião, e opiniões viram fatos e fatos viram opiniões, o ambiente é tão tóxico e desagradável que há vontade de simplesmente aceitar, mas não deixe a militância morrer, denuncie, critique, investigue, e nesse ano tão frágil que será 2018 nunca simplesmente aceite e sempre opte pelo bom jornalismo.

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