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James Gunn, Taika Waititi e Thor: Ragnarok

A Marvel estava tranquila e na dela filme após filme, só sucessos de público e crítica um atrás do outro, até que como quem não quer não quer nada o debate sobre a sua "fórmula" ser repetitiva e covarde chegou em 2016 e acabou dominando as discussões a respeito de seus filmes, e tudo só se intensificou com a chegada de Doutor Estranho, o longa pareceu não se arriscar ou inovar em sentido algum, e com um acabamento chulo se tonrou apenas mais um tijolo nesse muro chamado Marvel Cinematic Universe.


E felizmente (para mim, pelo menos) 2017 começou com Guardiões da Galáxia vol. 2, até superior ao primeiro no quesito de linguagem, obviamente a simplicidade da narrativa de seu antecessor é muito mais convidativa ao primeiro olhar, mas fica claro ao analisa-lo que seu objetivo primário era a introdução do status-quo desses personagens e do clima e estilo que conduziria a parte cósmica desse universo, e se no primeiro introduzido no segundo desenvolvido com maestria, como comento nesse post os personagens e conflitos de Guardiões 2 possuem uma aplicabilidade real que são poucos os blockbusters que se arriscam a trazer, tudo isso com a divertidíssima atmosfera pop anos 70 que o James Gunn tão bem consegue orquestrar.

E talvez esse seja o grande mérito de James Gunn, enquanto Homem Aranha: De Volta ao Lar é um filme médio sem personalidade alguma (do qual nem o nome do diretor se faz questão de lembrar), Guardiões da Galáxia tem potencial de criar uma geração de admiradores, mas, se ambos seguem a tal fórmula Marvel, o que os torna tão diferentes? O mérito do diretor de saber brincar com as regras do jogo. Se eu preciso fazer um filme com teor cômico pontual e acessível para toda a família por que eu não faço isso parodiando o estilo anos 70? Assim adultos se sentirão saudosos e jovens (me incluindo nessa) se sentirão vislumbrados com aquela narrativa, aquelas cores, aquelas intersecções de música e referencias pop.

E é por isso que a contratação de um diretor/roteirista com um estilo tão próprio foi acertada, Taika Waititi já brinca nesse jogo faz tempo, tirando o máximo de personagens tão simples e os dando uma bela (e engraçadíssima) jornada, e a decisão de dá-lo um personagem tão antipático como o Thor pode parecer equivocada até percebermos como faz sentido, a ideia de usar o timing de comédia caracterizado pelo constrangimento já característico do diretor para nos aproximar do personagem é um truque de mestre e é só ressaltada quando lembramos que o protagonista é vivido por Chris Hemsworth, um ator - apenas - talentoso em comédias.

E apesar das cenas de luta, em sua maioria, não seguirem lógica alguma e não usufruírem de nenhum recurso visual para deixá-las menos fakes (já dou como exceção Hela vs Valquírias), a existência de alguns diálogos tão desnecessariamente expositivos que é quase ofensiva a insinuação da falta de intelecto do público, o terceiro Thor conta com um bom humor, uma narrativa fluída e é estiloso o suficiente para te manter animado pós sessão, as referências visuais a Kirby e o excelente trabalho do design de produção - principalmente em Saakar - criam um filme que eu vou querer reassistir em casa quando sair o blu-ray.

Aqueles eventuais filmes que nos fazem lembrar por que disponibilizamos 3 ingressos anuais para a Marvel.

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