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Como funciona o roteiro de um filme

Uma estrutura de roteiro se baseia em 3 atos:

Quando vamos ao cinema ou damos play na Netflix o motivo geralmente é a trama, logicamente, o primeiro ato deve pincelar essa premissa ao espectador e mostrar como os personagens estão inseridos nesse mundo (hobbits na paz do condado), além de que demonstram o tom do filme (se este será um besteirol já deve começar com as cenas inconvenientes por exemplo) para o telespectador saber o que esperar das resoluções nos próximos atos.

Os personagens estão inseridos nesse mundo (exemplo dos hobbits) mas alguma coisa vai o colocar fora do padrão (a chegada do anel), uma situação problemática em que o protagonista, como é, não conseguirá sair (ficando na paz do condado os hobbits não irão solucionar o problema do anel), a não ser que este transceda o seu estado natural (indo estrada afora e enfrentando seus medos). Essa situação problemática consiste num desafio, dentro de uma espécie de jogo, e é importante que o protagonista resolva isso sem trapacear no jogo.


Hobbits são caseiros e não são bons em luta nem conseguem usar magia, a trilogia inteira precisa seguir essa regra, isso se aplica em todos os casos, exemplifico as regras citadas com Namorada de Aluguel: o personagem está inserido no dia a dia nerd com seus amigos até que surge a oportunidade de ser popular, ele sempre quis ser popular e o faz, mas deixa de ser quem realmente é, o desafio é voltar a ser ele, e para alcança-lo precisa transcender a sua vontade superfila de ser popular. E quanto a seguir as regras? existe o estilo de vida nerd e o estilo de vida dos populares, ele pode até fazer esses dois conviverem em harmonia, mas pelas regras apresentadas no inicio ele não pode ser nerd e popular ao mesmo tempo, deve fazer uma escolha, um ou outro.

E é ai que se encontra o “algo a perder”, em todas as tramas o protagonista deve ter algo a perder, como Mia e Sebastian que devem escolher entre “o que é seguro” ou correr atrás de seus sonhos em La La Land, e o filme tanto segue essa regra que o casal, mesmo tão completo em si, deve se separar para lutar por seus sonhos.

O segundo ato é normalmente o mais difícil, pois sua função é dar ferramentas ao protagonista para que ele cumpra sua tarefa sem apelar para uma solução milagrosa. É a parte mais importante da nossa história, pois se ele falhar em sua função, toda a nossa narrativa falha. Justamente por isso ele deve ser construído para manter a atenção dando com uma mão e tirando com a outra. O protagonista terá todo esse tempo para entender qual é o problema que o impede de atingir o seu objetivo.


Então, chega o terceiro ato, a hora de cumprir nossa promessa e tudo depende da forma que o autor construiu o segundo ato. O bom autor sabe que, com os ajustes certos, é possível preparar o público para compreender o caminho a ser tomado, além de quase antecipar de uma maneira tão brilhante que apenas o herói e ele saberiam resolver o conflito.

E no terceiro ato a resolução virá na forma de uma catarse, quando o objetivo é cumprido, de uma forma impactante, surpreendente e, sobretudo, sem quebrar as regras. Quando a grande solução chegou  ainda era o mesmo jogo, mas muito mais interessante. É só olhar para trás e perceber que estava tudo lá e, no final, o personagem é recompensado (muitas vezes, inclusive, voltando ao estado inicial da trama, mas com algo mais, como McFly voltando para casa com uma família mais feliz ou Frodo voltando a paz do condado muito mais sábio). Por isso, muitos autores escrevem suas histórias e depois as reescrevem de trás para frente. Para que ele mude a promessa inicial, prepare as expectativas e até recrie as regras do jogo para não quebrá-las no final. Pense em qualquer filme (bom e coerente) que essa será a estrutura de seu roteiro.

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